O que me comove? No dia em que percebi o sentir da comoção, de uma emoção suscitada por um momento espontâneo, gratuito e ignorante da sua provocação em mim, percebi também que é o sentir que traz significado do mundo em mim. O comover tornou-se a força motora de vida, da produção de significado do mundo e do meu lugar nele. Percebi que o que me comove é o que me faz querer mover. E percebi que, perante algo tão forte, equiparando-o ao sentir do amor, quer seja por algo, por alguém ou por algum sítio, precisava de perceber o que me comove. Em jeito de lista de recados anotei os “meus” provocadores de comoção e traduzi-os em imagem, numa tentativa de recriação visual da beleza que senti. Trata-se da captação fotográfica de uma imagem (a maioria também da minha autoria, assinalando as que não são). A captação e expressão do que me comove e que, por isso, me faz mover.